Mini – serie em cinco capítulos, Mildred Pierce , na verdade esta mais para um filme de pouco mais de cinco horas. A produção do canal HB...

194 - 198 - Mildred Pierce (Todd Haynes/2011)


Mini – serie em cinco capítulos, Mildred Pierce, na verdade esta mais para um filme de pouco mais de cinco horas. A produção do canal HBO tem todos os episódios dirigidos por Todd Haynes, de filmes como Longe do Paraíso e Não Estou Lá, o que até evidencia esse suposto longo filme, que caiu bem para TV, até por ter oportunidade de desenvolver bem a trama e acompanhar com detalhes a vida da personagem central.

A trama narra a vida de Mildred Pierce (Kate Winslet) a partir do seu divorcio do marido Bert (Brian F. O´Byrne), primeiro mostrando as dificuldades de ser mãe solteira de duas meninas, que são potencializadas por Mildred viver na década de 30, durante a Grande Depressão americana. Depois vamos acompanhando como a inicialmente dona de casa se vira para cuidar das filhas de maneira decente. Um dos aspectos interessantes, é que mesmo Mildred tendo que cortar um dobrado, ela não deixa de ter o seu orgulho, muitas vezes ferido e também não se torna um daqueles personagens edificantes, o que acaba a trazendo para muito perto da nossa realidade. Os sentimentos representados em Mildred Pierce são bem palpáveis, muito perto de coisas que passamos, seja na nossa vida pessoal ou profissional. Todas as alegrias e tristezas (que não são poucas) de Mildred retratam muito bem essa humanização da historia, que não apela para o piegas, o que poderia ate ser uma saída comum para as soluções.

Mildred Pierce tem momentos emocionantes e melancólicos, com destaque para os protagonizados por Mildred e sua esnobe filha Veda Pierce (Morgan Turner/Evan Rachel Wood). A moça, que em certo momento é chamada de serpente por um de seus tutores, parece fazer de tudo para desmoralizar ou diminuir a mãe, mas mesmo assim ela não deixa de mimar e exaltar a filha, a quem ama muito. Interessante também, como as seqüências que retratam a ascensão financeira de Mildred são gratificantes, mas que em certo momento também funcionam como um castigo para a personagem. Um outro destaque são as ousadas cenas de sexo realizadas por Kate Winslet, a atriz se entrega de uma maneira poucas vezes vista para uma artista famosa. As seqüências exalam sensualidade, o que é um ponto positivo também e comprova que Mildred quer ser feliz como qualquer um.

Fato que o texto de Mildred Pierce é excelente e já rendeu uma adaptação cinematográfica intitulada Alma em Suplicio que premiou a atriz Joan Crawford com um Oscar no longínquo ano de 1945, mas essa nova adaptação feita pelas mãos de um talentoso e hábil diretor como Todd Haynes consegue ser muito bem desenvolvida, com uma reconstituição de época brilhante, evidenciada com uma fotografia de qualidade e uma trilha sonora impecável e também cresce muito com a presença de um elenco notável. Encabeçado pela excelente atriz, Kate Winslet, que faz um trabalho maravilhoso, a obra ainda dispõe de coadjuvantes como a premiada Melissa Leo, a jovem e versátil Evan Rachel Wood e outros tarimbados como Guy Pearce e Hope Davis. O trabalho do elenco é algo a ser sublinhado nessa produção. O formato de mini – serie de Mildred Pierce atesta também que muitas vezes certas obras precisam de um tratamento mais extenso e é nesse ponto que a TV, feita com seriedade como nas produções da HBO, pode fazer a diferença.  

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Acho que o mais legal desses filmes de super-heróis produzidos pelo Estúdio Marvel é como a mesma trata com seriedade seus personagens. C...

193 - Capitão América: O Primeiro Vingador (Captain America: The First Avenger/Joe Johnston/2011)


Acho que o mais legal desses filmes de super-heróis produzidos pelo Estúdio Marvel é como a mesma trata com seriedade seus personagens. Capitão América: O Primeiro Vingador, a mais nova realização do Estúdio, dirigido por Joe Johnston, do insosso Lobisomem, é um bom filme de aventura, mas que perde um pouco por se focar uma boa parte na origem do herói, o que acaba deixando boa parte da trama contando como Steve Rogers (Chris Evans), sujeito franzino e de saúde debilitada, mas de caráter único, transforma – se no poderoso Capitão América.

Falando na trama, Capitão América: O Primeiro Vingador talvez seja uma das adaptações de HQs mais fieis realizadas. O personagem colocado no seu tempo certo, durante a 2ª Guerra, duelando com o Caveira Vermelha (Hugo Weaving), seu antagonista mais ferrenho e linkado com os tempos atuais de maneira bem interessante. O ator Chris Evans encarna o super herói muito bem, o CG que usaram para inserir sua cabeça em um corpo pequeno ficou bem realista, alias o CG é usado em favor do filme, ajudando a criar parafernálias tecnológicas e seqüências de ação emocionantes, como a protagonizada pelo Capitão, quando entra em um dos covis da Hidra, divisão nazista comandada pelo Caveira Vermelha, para salvar soldados americanos. A atuação de Evans também cresce com a participação de bons coadjuvantes como a bela atriz Hayley Atwell, que faz a oficial Peggy Carter, interesse romântico do Capitão, ou o veterano ator Tommy Lee Jones que faz o Coronel Chester Phillips ou ainda o carismático ator Stanley Tucci que faz o Dr. Abraham Erskine, criador do soro do super soldado que transforma Steve Rogers. O talentoso ator inglês Toby Jones faz o cientista nazista Arnim Zola.

Capitão América: O Primeiro Vingador, com certeza, vai ser acusado (e já esta) de ser um filme extremamente patriota que exalta o poder bélico americano, mas que quando apreciado, na verdade, contem até algumas criticas a como os EUA fazem guerra, mas tudo não deixa de ser uma grande besteira, já que o filme não passa de uma diversão das mais despretensiosas. A Marvel ainda conectou a origem do personagem com a família Stark, o que caiu muito bem no filme e com essa realização sedimenta de vez o projeto do filme dos Vingadores. Resta saber, como o Estúdio vai fazer para realizar um filme interessante com tantos personagens bons, alguém ai vai ter que ficar de lado, mas como um dos lideres do grupo, acredito que o Capitão não vai ser um deles.

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A nova realização do diretor brasileiro Andrucha Waddington , Lope , produzido em parceria pelo Brasil e a Espanha, é a historia de Lope ...

192 - Lope (Andrucha Waddington/2010)


A nova realização do diretor brasileiro Andrucha Waddington, Lope, produzido em parceria pelo Brasil e a Espanha, é a historia de Lope de Vega (Alberto Ammann), poeta, dramaturgo e considerado um dos mais talentosos escritores espanhóis. A trama se foca na juventude de Lope e também apresenta um personagem próprio para o cinema. O Lope da obra de Waddington é galanteador e talentoso com as palavras, mas também é heróico, na verdade uma espécie de anti – herói, sujo, bom no manuseio da espada e pronto para se meter em confusões que acometam seus sentimentos.

Lope é um filme de altos e baixos (mais altos que baixos), que consegue empolgar em algumas cenas, devido ao carisma do protagonista Alberto Ammann, que talvez não carregue a carga dramática que o personagem demande, mas que defende muito bem a pele desse aventureiro Lope de Vega. O seu poeta se envolve com duas belas mulheres da corte, o que pode custar sua cabeça, enquanto tenta emplacar peças suas em um teatro bancado por Jerônimo Velásquez (o excelente Juan Diego), um produtor que tenta se aproveitar dos problemas financeiros do escritor.

A produção também utiliza muito bem as paisagens das locações, criando uma fotografia bela, que ajuda a reforçar a primorosa reconstituição de época, fazendo parecer que Lope é cinema de gente grande. Um filme, que no meu ponto de vista, tratado de outra maneira, poderia ter um forte apelo comercial, porque mesmo abordando um tema como a literatura, que pode ser tornar enfadonho pela falta de conhecimento do expectador, nunca chega a ser chato, com boa fluência e apostando até em algumas seqüências de ação, como um bem orquestrado duelo de espadas  quando mercenários aparecem para cobrar uma divida passada de Lope.

É fato que Lope é um filme bem legal, mas a falta de uma maior descrição do personagem principal faz com que ele ganhe contornos superficiais, caindo em alguns clichês de biografias de época, a participação de Selton Mello como o Marques de Navas, sujeito que encomenda poemas a Lope para conquistar mulheres, também é bem ruim, Selton arranha um portunhol terrível que destoa a todo tempo. Sonia Braga também faz uma participação pequena como a mãe do poeta.

Em um contexto geral, Lope acaba tendo essas imperfeições suprimidas pelas belas inserções de poemas de Lope de Vega durante a trama, com destaque para o soneto do epílogo, recitado na integra durante uma cena em que o escritor cavalga em alta velocidade, uma das mais belas escritas sobre o amor, o que para um leigo como eu, acabou valendo a ida ao cinema, mesmo que em uma sessão desprezada e única às onze horas da manhã.

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  Até pelo titulo em português, Repulsa ao Sexo pode sugerir um filme dramático, com enfoque em uma pessoa que tem problemas de ordem se...

191 - Repulsa ao Sexo (Repulsion/Roman Polanski/1965)


Até pelo titulo em português, Repulsa ao Sexo pode sugerir um filme dramático, com enfoque em uma pessoa que tem problemas de ordem sexual, diferente do que ele realmente é, pegando até um expectador desavisado, pois a obra do diretor Roman Polanski ainda tem a estrela Catherine Deneuve no auge da beleza. A repulsa do titulo original, com certeza, está mais relacionado à vida da personagem principal.

Esse segundo trabalho desse talentoso diretor na verdade é um forte suspense psicológico que vai numa crescente até tornar – se em um terror dos mais nauseantes e Polanski consegue tudo isso usando apenas um apartamento devidamente mal cuidado, mas apresentando uma atriz em estado de graça, que faz o filme funcionar totalmente. A visão de Carole (Catherine Deneuve) com aquele olhar distante, totalmente transtornada se transforma em uma característica marcante que atesta o estranhamento e a capacidade de Polanski em cria ambientes tenebrosos e claustrofobicos.

Talvez, Repulsa ao Sexo tenha sido um ensaio para O Bebê de Rosemary, obra prima desse diretor que viria um pouco em seguida. Muito de um está no outro, até os personagens femininos são parecidos, acometidos com problemas que aparentemente não existem, mas que as transforma de maneira perturbadora, chegando a atingir o expectador, pois é difícil não ficar nervoso com as situações apresentadas. 

Na trama, Carole é uma menina de família que mora com a irmã mais velha. Trabalha em um salão de beleza e namora um belo rapaz, mas na sua vida tudo parece a incomodar. Ela não gosta do noivo da irmã, seu namorado a irrita, querendo sexo e para piorar sua irmã sai em uma viagem, deixando – a sozinha em casa. A partir desse momento, dentro de sua distopica mente, o apartamento em que mora se volta contra ela, com direito a estupradores perversos e alimentos apodrecendo pela casa. Uma cena das mais agonizantes é criada naquela local, um verdadeiro pesadelo, que parece não ter fim, mas que tem e não é dos melhores.

A mencionar, a produção ainda possui uma trilha sonora que marca e exalta os momentos mais tensos do filme, ora baixinha como se quisesse preparar para as seqüências mais pesadas que estejam para vir, a trilha é muito importante para essa realização, até porque o filme chega a ter longos momentos sem dialogo, pois Carole sofre sozinha em uma aparente mistura de esquizofrenia e depressão. Os efeitos visuais, até simples, compõem muito bem as visões terríveis da moça, que ganham força com a fotografia em preto e branco. É notável também a atuação de Catherine Deneuve, uma atriz que se entrega ao personagem de maneira incrível e realista. Repulsa ao Sexo, definitivamente, é um filme que pode ser incluído na lista dos pontos altos da filmografia do diretor Roman Polanski, mostrando que o terror muitas vezes está em nossa cabeça.

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Talvez, Os Implacáveis seja a obra do diretor Sam Peckinpah em que mais ele exagere em seu estilo visual, ficando evidente no prólogo, com...

190 - Os Implacáveis - Fuga Perigosa (The Getaway/Sam Peckinpah/1972)


Talvez, Os Implacáveis seja a obra do diretor Sam Peckinpah em que mais ele exagere em seu estilo visual, ficando evidente no prólogo, com excesso de câmeras lentas e planos entrecortados, deixando a seqüência inicial difícil de acompanhar. De repente fosse a intenção do diretor, mas que cansa um pouco e pode desmotivar de assistir o resto do filme.

Passado os minutos iniciais, percebe – se que a trama trata da historia de Doc McCoy (Steve McQueen) e sua esposa Carol McCoy (a bela Ali MacGraw). Os dois são criminosos, experiente em assaltos. Doc esta preso, mas não suporta mais ficar longe de Carol. Então pede a esposa que interceda junto a Jack Benyon (Ben Johnson), um influente mafioso, obcecado pela moça, que prontamente arruma uma maneira de soltar Doc, mas ao mesmo tempo o incube de mais uma assalto, dessa vez a um banco que guarda um pagamento pomposo.

Claro que nada dá certo, e Doc e Carol fogem em uma louca escapada em direção ao México, com diversos criminosos nos seus encalços, com destaque para Rudy Butler (Al Lettieri), o parceiro do casal que tenta trai – los e que protagoniza as cenas mais divertidas do longa.

Não deixa de ser um filme típico de roubo que não dá certo, que eram produzidos constantemente na década de 70 e que recentemente voltaram a ser produzidos em larga escala devido ao sucesso da refilmagem Onze Homens e um Segredo. O diferencial é que foi dirigido por Sam Peckinpah, o que dá a obra um tom mais sujo e obscuro. Em muitos momentos o filme remete a westerns dirigidos pelo próprio Peckinpah, que fica até claro pela fuga ao México e pelos tiroteios que lembram duelos do velho oeste.

Os Implacáveis é uma obra que não chega a empolgar, mas que tem seus momentos. Principalmente quando Steve McQueen impõe todo seu estilo durão, que caiu muito bem na pele de Doc McCoy, protagonizando boas seqüências de perseguição. Senti falta de explorar mais o romance do casal, mas acho que esse não era o forte de Peckinpah, acostumado mais a tratar de tramas masculinas e essa obra não deixa de ser um filme anabolizado, mesmo que tente ocultar com alguns momentos pseudo - sensíveis, como a cena em que o casal se esconde em um deposito de lixo.

Essa produção ainda ganhou um remake intitulado A Fuga de 1994 com o casal Alec Baldwin e Kim Basinger, que não foi ruim, mas que se segurava muito mais na performance sensual de Basinger. Os Implacáveis não é o melhor de Peckinpah, mas não deixa de valer uma olhada, até para conferir o trabalho de McQueen, que dispensava dubles na maioria das cenas.

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Esse mês de Julho definitivamente esta sendo das series televisivas lançadas em 2011, primeiro foi a excelente Game of Thrones e logo depo...

177 - 189 - The Killing, Primeira Temporada (2011)



Esse mês de Julho definitivamente esta sendo das series televisivas lançadas em 2011, primeiro foi a excelente Game of Thrones e logo depois engatei nessa envolvente e investigativa The Killing, produzida pelo canal americano AMC e baseada em um serie dinamarquesa chamada Forbrydelsen.

O foco principal dessa obra é a investigação do assassinato de Rosie Larsen (Katie Findlay), uma menina de 17 anos que é encontrada pela policia na mala de um carro afundado em um lago. Logo a trama se divide em três, traçando o ponto de vista da família da vitima, da dupla de investigadores e de um comitê que tenta eleger um vereador para prefeito da cidade de Seattle, aonde toda a historia acontece.

Claro que muito da funcionalidade da serie vem de Sarah Linden (Mireille Enos) e Stephen Holder (Joel Kinnaman), a dupla de policiais investigadores, que demonstram boa química em cena, alem de Holder ser um personagem de fácil identificação com o publico, até pelo seu jeito desleixado e de anti – herói. A escolha de Mireille Enos, uma atriz de beleza contida, atesta a produção momentos mais realistas, pois a moça, que na iminência de se casar se envolve nesse caso, consegue atingir o tom confuso e obcecado que a sua personagem necessita para fazer a serie engatar.

Mitch Larsen (Michelle Forbes) e Stan Larsen (Brent Sexton) formam o nucleo da familia da vitima mais evidente na serie, Mitch é a mãe, inconformada com a morte da filha, e que de certa maneira se distancia do resto da família, incondicionalmente a procura de justiça. Stan Larsen, o pai, inicialmente se apresenta como uma pessoa sólida, mas seu passado misterioso vai se revelando. O outro núcleo do comitê político tem como personagens principais o vereador Darren Richmond (Billy Campbel), Gwen Eaton (Kristin Lehman), a sua assessora ambiciosa e Jamie Wright (Eric Ladin), um outro acessor, que rivaliza com Gwen.

The Killing apresenta outros personagens importantes durante o decorrer dos episódios, que não valem ser citados para não tirar o suspense da trama, que vale a pena muito ser assistida. Inicialmente ela cria um emaranhado, aonde a maioria torna – se suspeitos, mas logo o expectador vai tirando suas conclusões.

Com um clichê aqui e acolá, The Killing consegue transitar muito bem entre o drama e o suspense,  tratando ainda de assuntos como terrorismo e prostituição e tornando – se uma serie altamente viciante nessa sua 1ª Temporada. Podem assistir sem medo, pois o verdadeiro culpado é revelado no final, mas pontas ficam soltas, o que deve render uma 2ª Temporada.

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Apropriadamente a Alta Definição veio para aumentar a satisfação de poder assistir filmes em casa. Essa nova tecnologia nos propõe examin...

175 - 176 - 177 - Clássicos em Alta Definição


Apropriadamente a Alta Definição veio para aumentar a satisfação de poder assistir filmes em casa. Essa nova tecnologia nos propõe examinar cenas com detalhes que passavam desapercebidos em Definição Standard, a tradicional dos DVDs.

Os filmes novos, que vem sendo lançados cada vez mais nessa janela, nem se fala na propriedade da imagem, já que alguns deles vem com cenas em IMAX ou em 3D, transformando muitas vezes a nossa sala de estar em um verdadeiro cinema, com a ajuda providencial também de um Home Theater, para dar ao som o seu devido status.

Porém, o HD, como comumente é mais conhecido, abriu um nicho interessante: a possibilidade de conferir obras – primas, clássicos e filmes mais antigos em gloriosa imagem (seja em 720p ou 1080p) e som, potencializando em muito essas obras e fazendo redescobri – las de maneira incrível. Abaixo serão apresentadas realizações que assisti recentemente em HD:

 - Uma Aventura na África (The African Queen/John  Huston/1951)
Essa realização de 1951, com os astros Humprey Bogart e Katharine Hepburn, é uma obra que trata o romance de um marinheiro (Bogart) e uma missionária (Hepburn) no continente Africano durante a 1ª Guerra. Os dois pretendem descer um perigoso rio e atacar um navio alemão com torpedos improvisados. Um filme bastante divertido, com belas cenas filmadas realmente na África e que aposta na excelente química do casal, que passam praticamente o filme todo sozinhos dentro do barco que desce o rio e enfrentam as agruras da vida selvagem. Atuações na medida de Bogart e Hepburn. Ótimo filme que ganhou uma restauração em HD primorosa;


- Um Corpo que Cai (Vertigo/Alfred Hitchcock/1958)
Obra prima do Mestre Hicthcock, foi um dos filmes que mais me impressionou ao ser assistido em HD. A excelente fotografia parece que salta da tela, a imagem perfeita também faz jus a beleza de Kim Novak, uma das loiras fatais mais marcantes na filmografia do velho Hitch. Além da irretocável qualidade visual, Um Corpo que Cai é um primor de narrativa e atuações, tanto de James Stewart, outro bem presente nos filmes do Hithcock, quanto de Kim Novak, além dos coadjuvantes que compõe muito bem o espetáculo. Uma das obras que mais gosto de Alfred Hictchcock e que tem um dos epílogos mais emocionantes da carreira desse prolífico diretor;








 - Taxi Driver (Martin Scorcese/1976)
Uma das realizações que mais marcou os anos 70 e redefiniu a estrutura dos filmes produzidos nos EUA. Obra – prima do então novato diretor Martin Scorcese, que apresenta Travis Brickle (Robert de Niro), um taxista ex – combatente no Vietnã, com problemas de ordem mental e social que vê na cidade de N.Y a sua verdadeira inimiga. O diretor concebe uma historia underground, apostando em personagens sujos e em uma narrativa impactante que ajuda a compor os momentos mais tensos. A excelente fotografia, que marca bem a época da produção, ganha contornos incríveis em HD. Foi um dos filmes que senti que é muito mais bem aproveitado nesse formato. A cena final, com De Niro de cabelo moicano, invadindo o covil do cafetão vivido por um jovem Harvey Keitel comprova o quanto icônico essa obra é e como foi merecida essa restauração.

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  Meu interesse com a serie Harry Potter sempre foi de mero expectador. Nunca li um livro, nem lembro de todos os nomes dos personagens e s...

174 - Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte II (Harry Potter and The Deathly Hallows: Part 2/David Yates/2011)


Meu interesse com a serie Harry Potter sempre foi de mero expectador. Nunca li um livro, nem lembro de todos os nomes dos personagens e suas magias ou o significado de alguns artefatos. Sempre ficando um pouco perdido durante os filmes. Acompanhei toda a filmografia e também sempre achei quase todos meio burocráticos, com exceção para Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban, do diretor mexicano Alfonso Cuaron, que adorei, talvez por essa obra guardar um lado meio autoral do realizador.

Então, minha a ida ao cinema para conferir Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte II e o duelo final entre Harry e Lorde Voldemort foi sem muitas expectativas, mas o filme me surpreendeu e sai de alma lavada da sala, satisfeito com um desfecho digno para a maior saga cinematográfica de todos os tempos. Um filme repleto de bons momentos, focado nos personagens e deixando um pouco de lado os maneirismos estéticos da saga.

Somente nesse ultimo capitulo consegui entender integralmente a historia e não me senti perdido nenhum momento, talvez até pelo ritmo acelerado da obra do diretor inglês  David Yates, em que a ação vai tomando conta da tela em detrimento a cenas mais filosóficas presentes em outros filmes da serie.

Alguns coadjuvantes poucos explorados, como Neville Longbottom (Matthew Lewis) e Luna Lovegood (Evanna Lynch) tem participação decisiva nessa segunda parte e acabam ajudando a dar um tom mais heróico ao desfecho. O trio de protagonistas (Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint) entregam as suas melhores atuações, provando que tem qualidade para seguir na carreira. Outro personagem que cresce na historia é a professora Minerva (a veterana Maggie Smith), muito divertido assistir a contida professora indo para a batalha. Severo Snape (Alan Rickman) protagoniza uma das mais emocionantes cenas de toda a serie, alias, Severo foi escolhido em uma enquete inglesa como o melhor personagem da serie, acho eu que bem justo, o Severo de Rickman é cheio de nuances e mistérios.

Outra seqüência que destaco, é a que Harry se entrega para Voldemort mata – lo, quando seus Pais e o padrinho Sirius Black (Gary Oldman) aparecem para conforta – lo, até para quem não é fã exacerbado, a cena ficou muito bonita e tocante, percebi até algumas pessoas chorando no cinema nesse momento. A realização apresenta uma dose significativa de tensão, sangue, violência e mortes, o que me surpreendeu também.

A cena final, dos protagonistas mais velhos, é que achei desnecessária, uma concessão  para os fãs literários, mas é difícil mesmo agradar um publico tão grande e vasto que acompanhou Harry Potter durante tantos anos. Outro ponto negativo que também destaco em toda a saga é o Lorde Voldemort de Ralph Fiennes, será que aquele sujeito sem nariz mete medo em alguém?

A saga Harry Potter transcendeu a premissa de filmes para criança, bateu recordes, lucrou fortunas, principalmente para a escritora e idealizadora J. K. Rowling. Ainda marcou a vida de muitas pessoas e finalmente adquiriu lugar garantido no Panteão do cinema. Nota 08.

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Quando lembro da minha infância, logo me vem à cabeça Patrulha Estelar e Pirata do Espaço , series animadas japonesas que eram exibidas ...

173 - Patrulha Estelar (Space Battleship Yamato/Takashi Yamazaki/2010)


Quando lembro da minha infância, logo me vem à cabeça Patrulha Estelar e Pirata do Espaço, series animadas japonesas que eram exibidas em um Clube da Criança capitaneado por uma inexperiente Xuxa Meneghel na extinta TV Manchete.

Eram tardes obrigatórias em frente TV, assistindo essas obras, um tanto impróprias para horário, já que eram recheadas de dramas e uma boa quantidade de violência, mas também eram outros tempos, e tanto Patrulha como Pirata eram visto apenas como meros desenhos. Se bem que teve uma época em que minha mãe me proibiu de assistir os dois, já que ficava um tanto agitado e às vezes deprimido depois dos episódios, principalmente em um do Patrulha, quando um dos heróis morre de maneira cruel.

Depois dessa introdução, percebe – se que sou um grande fã de Patrulha Estelar (no original Space Battleship Yamato), produzido a partir de 1974 e que rendeu três boas temporadas, que consegui adquirir depois de velho em uma feira underground de velharias da TV. Diferente de Pirata do Espaço, que só fez sucesso no Brasil, Patrulha Estelar foi um sucesso tanto no Japão, quanto em outros paises como os EUA e tem sua significante parcela de admiradores por aqui.

Então, vamos às vias de fato, foi uma grande felicidade quando descobri que Patrulha seria adaptada para o cinema e com produção japonesa, quer dizer, a coisa prometia. Assistindo o filme, o clima de nostalgia foi grande e a realização, dirigida por Takashi Yamazaki, consegue ser competente e homenagear muito bem a serie televisiva.

A trama da versão live action de Patrulha Estelar, assim como da serie, é um tanto absurda: o ano é 2199, a Terra está sendo contaminada por bombas radioativas, lançadas por um povo alienígena conhecido como Gamilons. A única esperança do planeta, que pelos cálculos dos cientistas tem menos de 1 ano de vida, é o Yamato, navio japonês afundado durante a 2ª Guerra que é adaptado para ser uma nave espacial. A tecnologia usada no Yamato, vem de um outro planeta, conhecido como Iscandar, que além de auxiliar os cientistas japoneses com a criação de armas da nave, como o canhão de ondas, passa coordenadas para que também consigam fazer uma viagem espacial até Iscandar, aonde receberão uma arma que possa descontaminar a Terra de toda a radiação. Bom, viagem total, né?

O ritmo de Patrulha Estelar é muito mais acelerado que o da serie, que tinha 33 capítulos na 1ª Temporada e muitas vezes incomodavam pela lentidão de alguns episódios. O filme também tem um tom mais pop, diferente da serie que era mais existencialista, e que fica evidente até pela canção tema “Love Lives”, composta pelo aerosmith Steve Tyler, mas todos os personagens marcantes estão lá, até o robô bebum conhecido como Analisador, só que bem mais ativo nessa versão. A trilha sonora é a mesma dos desenhos, marcando os momentos mais tensos e gruda no ouvido de uma maneira incrível.

O herói Kodai (Takuya Kimura) é o dono do filme, junto com o Capitão Okita (Tsutomo Yamazaki), impressionante a semelhança física deles com os personagens da serie. Alias toda a ambientação retro é uma homenagem explicita a mesma. Desde os uniformes, até os caças espaciais Tigres Negros e as batalhas espaciais, com raios lasers para todo o lado, aonde não se entende muita coisa. O nave/navio Yamato é idêntica! Fazendo esse expectador pular na poltrona em sua primeira aparição.

Os inimigos Gamilons é que foi uma grande decepção para mim, já que os seres humanóides da serie foram trocados por criaturas de CG sem muita expressão, e na serie, o líder Gamilon era figura importante, com extrema admiração pelo povo terrestre, apesar de inimigo ferrenho. A obra também peca por ter cenários extremamente artificiais, principalmente nas batalhas na superfície de Iscandar e em alguns momentos apresenta um CG primário, mas em contrapartida, apresenta de maneira crível muito dos sentimentos exaltados pelo povo japonês, como: honra, altruísmo e heroísmo.

O epílogo glorioso, no mesmo nível da serie, coloca o filme nos trilhos novamente e encheu de emoção esse humilde expectador, fazendo lembrar aquele menino dos anos 80. Patrulha Estelar também pode ser visto como uma ficção cientifica acima da media, pautada em preocupações atuais, como a saúde do nosso planeta e para quem não conhece nada da serie pode surpreender. Nota 7,5.

A tripulação da Série Animada


A tripulação da versão Live Action

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A intenção esse ano era assistir somente filmes, para assim poder completar a maratona proposta por mim e desafiada por um amigo, mas os c...

163 - 172 - Game of Thrones, Primeira Temporada (2011)



A intenção esse ano era assistir somente filmes, para assim poder completar a maratona proposta por mim e desafiada por um amigo, mas os constantes comentários elogiosos sobre Game of Thrones me aguçaram a curiosidade e fui conferir os 10 primeiros episódios da já consagrada serie em sua 1ª temporada. Como cada episodio tem em torno de uma hora, também serviu como maneira de dar um gás no blog e meu auditor, que também assistiu alguns capítulos comigo, aceitou.

Game of Thrones é uma produção da HBO, conhecida pela qualidade de suas obras, e essa aventura épica, baseada em um dos livros da coletânea Song of  Ice and Fire de George R. R. Martin, não é diferente. Belíssima realização, com fotografia esplendorosa (com destaque em alta definição), ótima trilha sonora, trama envolvente, personagens marcantes e cativantes e além disso tudo, boas atuações.

A serie também ecoa bastante em Senhor do Anéis, apesar de nessa 1ª temporada explorar muito pouco a magia na historia e se focar mais em traçar o perfil dos personagens, todos envolvidos em tramas ou subtramas que envolvem conspirações para tomar o Trono de Ferro, e assim subjugar todos os sete reinos.

O personagem protagonista dessa temporada é Eddard Stark (Sean Bean), o líder do Clã Stark e escolhido para ser a Mão do Rei. Robert Baratheon (Mark Addy) é o regente, pouco preocupado em reinar e interessado mais em se fartar de bebida, comida e sexo; alias, assim como em outras series produzidas pelo canal, como True Blood, sexo é o que não falta, com varias seqüências super sensuais.

A lista de personagens importantes é grande, mas destaco a Rainha Cersei Lannister (Lena Headey), conspiradora contra o próprio marido e que mantém uma relação incestuosa com o irmão Jaime Lannister (Nikolaj Coster – Waldau), um cavaleiro cruel, famoso por ter assassinado o Rei Louco, o regente anterior. Outros destaques são Tyrion Lannister (Peter Dinklage), o irmão anão sarcástico e esperto da Rainha, Daenerys Tagaryen (a belíssima Emilia Clarke), descendente do Rei Louco e que se casa, a mando do irmão aspirante a Rei, com um líder bárbaro conhecido como Khal Drogo (Jason Momoa), para assim poder usar seu violento exercito para invadir o Reino. Alguns personagens, como Robb Stark (Richard Madden), filho de Eddard, tem destaque atenuado, mas percebe – se que crescera nas temporadas seguintes.

Interessante também, que os criadores não se importam em matar alguns personagens carismáticos e importantes na serie, o que faz crescer a seriedade como a mesma é tratada. Para finalizar, Game of Thrones tem tudo para se tornar uma serie lendária, historia não falta, bons atores também. Como diria Eddard Stark: “O Inverno está chegando”; então que venha...e logo.



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“Era uma jovem atraente e tinha pretendentes.   Sua mãe, portanto, ficou desolada ao saber...   que ela se casaria com William Munny,   c...

162 - Os Imperdoáveis (The Unforgiven/Clint Eastwood/1992)


“Era uma jovem atraente e tinha pretendentes.
 Sua mãe, portanto, ficou desolada ao saber...
 que ela se casaria com William Munny,
 conhecido ladrão e assassino...
 homem de temperamento notoriamente cruel e intempestivo.
 Ela não foi morta por ele,
 como sua mãe talvez...esperasse, mas por varíola.
 Foi em 1878.”


Depois de duas bombas em seqüência, somente um filmaço para acalmar os ânimos e trazer um pouco de paz. Os Imperdoáveis é uma obra perfeita, tanto nas atuações e trama, quanto na parte técnica, com fotografia belíssima (ressaltada em alta definição), trilha sonora marcante e reconstituição de época impecável.

O diretor/roteirista/ator Clint Eastwood fecha com chave de ouro a sua relação com westerns e cria uma obra icônica, vencedora de 4 Oscars (Filme, Diretor, Ator Coadjuvante e Edição). Um filme repleto de momentos marcantes, na verdade, acho que praticamente todas as seqüências são perfeitas, com Eastwood talhando o filme com mão de artesão e dando sinais do rumo que daria a sua carreira, com recorrentes boas tramas que mostram relações humanas entre pessoas desajustadas.


Uma realização também de atuações perfeitas e que tem nos diálogos afiados os grandes duelos. Atores como Gene Hackman e Richard Harris, talvez não tenham entregado atuações notáveis depois desse trabalho, confirmando o já conhecido talento que o velho Clint tem para dirigir atores. Morgan Freeman também ganha destaque como Ned Logan, antigo parceiro de matança de William Munny.

Os Imperdoáveis é uma obra – prima que cravou o personagem William Munny no subconsciente cinematográfico e apresentou o lado mais talentoso do diretor, que desde então vem sempre nos brindando com belíssimas obras. Nota 10.


Little Bill Dagget (Gene Hackman):     “Eu não mereço isso.”
                                                           “Morrer assim.”
                                                           “Estou construindo uma casa.”

Willian Munny (Clint Eastwood) : “Merecer não tem nada a ver com isso.”

Little Bill Dagget : “Verei você no inferno, William Munny.”

Willian Munny :     “Agora vou sair daqui!”
                            “Quem aparecer na minha frente vai morrer!”
                            “Qualquer desgraçado que atirar em mim...
                              não mato só ele, mato a mulher dele...
                              todos os amigos dele...
                             e queimo a casa dele!”
                           “É melhor não fazerem nada
                            de ruim com as prostitutas!”
                           “Senão, eu volto e mato todos vocês,
                            desgraçados.”

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Falar mal do diretor Michael Bay é cair no lugar comum, então essa é mais uma resenha que nem vou perder muito tempo, já que perdi um bo...

161 - Transformers : O Lado Oculto da Lua (Transformers: Dark of the Moon/Michael Bay/2011)


Falar mal do diretor Michael Bay é cair no lugar comum, então essa é mais uma resenha que nem vou perder muito tempo, já que perdi um bocado assistindo e ouvindo essa barulheira dos infernos.

Transformers : O Lado Oculto da Lua é mais do mesmo, e olha que os mesmos não eram tão bons, acho que um já era o suficiente, mas Bay se superou e fez o mesmo filme três vezes! A realização do frenético diretor é uma profusão de cenas de ação barulhentas, aonde não se entende nada, com alguns estranhos momentos cômicos, e que até tenta dar alguma credibilidade a obra se utilizando de momentos históricos, como a chegada do homem a lua e de atores tarimbados como Frances McDormand e John Malkovich, em participação ridícula.

Um dos poucos pontos positivos é a presença da belíssima Rosie Huntigton – Whiteley, que faz a namorada de Shia LeBouf, perdida em meio a tantos robôs esquisitos e que a todo o momento tem as suas curvas exaltadas, como em provocação a Megan Fox. No mais, é um filme chato, mas que deve agradar as crianças. Nota 03.  

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A verdadeira cilada de Cilada.com é assisti – lo. É o típico filme que o trailer é bem superior à obra, conseguindo até deixar o expecta...

160 - Cilada.com (José Alvarenga Jr./2011)


A verdadeira cilada de Cilada.com é assisti – lo. É o típico filme que o trailer é bem superior à obra, conseguindo até deixar o expectador interessado na historia de Bruno (Bruno Mazzeo), sujeito que dá mole com a namorada (Fernanda Paes Leme) e que acaba tendo um vídeo com um performance sexual ridícula sua indo para no You Tube.

Com a aparente ruindade da realização do diretor Jose Alvarenga Jr., de Os Normais 2, vou até abreviar a resenha e não me alongar muito. Cilada.com tenta se apoiar no carisma de Bruno Mazzeo, que protagoniza quadro similar no canal Multishow, e que se utiliza dos mais variados clichês de comedias americanas, misturados a esquetes que podem lembrar também o programa Zorra Total, na tentativa de camuflar a falta aparente de enredo e boas atuações.

Resultado, uma aberração cinematográfica das maiores produzidas ultimamente no Brasil, mas que vai ter muita gente (e já tem) dizendo que é o filme mais engraçado do ano. As pessoas se deixam enganar fácil. Nota 02.

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  Baseado em um texto de Nelson Rodrigues, O Beijo no Asfalto , adaptado para o cinema pelo cineasta Bruno Barreto e com roteiro de Doc ...

159 - O Beijo no Asfalto (Bruno Barreto/1981)


Baseado em um texto de Nelson Rodrigues, O Beijo no Asfalto, adaptado para o cinema pelo cineasta Bruno Barreto e com roteiro de Doc Comparato, é a historia de Arandir (Ney Latorraca), funcionário de uma repartição, que presencia um atropelamento e na intenção de socorrer a vitima acaba sendo o primeiro a chegar ao local. O moribundo atropelado, na iminência da morte, pede que Arandir o beije, que prontamente atende ao pedido.

O caso acaba indo parar no jornal e Amado Pinheiro (Daniel Filho), um jornalista inescrupuloso, aproveita para tentar fazer o seu nome encima da historia. Criando assim uma discussão publica se a vitima e Arandir seriam amantes e levantando essa questão homossexual, então tratada como crime na historia, já que Arandir é casado com Selminha (Cristiane Torloni).

A obra também tem outros personagens importantes, como Aprígio (Tarcisio Meira), pai de Selminha e sogro de Arandir, homem serio que desconfia da índole do rapaz e possui uma estranha fixação por ele, com o verdadeiro motivo revelado no final. Dália (Lídia Brondi), irmã de Selminha, que aparentemente é apaixonada pelo marido da irmã e não acredita que Arandir seja gay e Cunha (Oswaldo Loureiro), o militar que vai ajudar Amado Pinheiro e fazer de tudo para provar a historia do jornalista, até mesmo torturar Selminha.

O Beijo no Asfalto é considerado por muitos como a melhor adaptação de Nelson Rodrigues para o cinema, se bem que gostei mais de Boca de Ouro de Nelson Pereira dos Santos, mas essa realização de 1981 é um filme que alcança excelência em quase tudo que se propõe, desde as atuações, totalmente criveis, a trama bem conduzida, que não dá ponto sem nó, aonde todos são suspeitos e com condutas pouco confiáveis, armando bem o cenário para um texto Rodriguiano.

O filme também tem cenas marcantes e ousadas, como a do banho de Lídia Brondi, em que a atriz aparece nua em pelo, em uma seqüência super sensual e que talvez levante mesmo suspeitas sobre a sexualidade de Arandir. A realização dialoga com temas tabus na época, como o já citado homossexualismo e até incesto, mesmo que de uma maneira velada, e tem um dos epílogos mais explosivos do cinema brasileiro. Um filme com seu lugar na historia. Nota 08.

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Confiar   é um filme que até promete, mas não cumpre, talvez a intenção explicita de ser contundente, tenha tirado um bom mérito da reali...

158 - Confiar (Trust/David Schwimmer/2010)


Confiar  é um filme que até promete, mas não cumpre, talvez a intenção explicita de ser contundente, tenha tirado um bom mérito da realização. A obra do diretor e ator da extinta serie Friends, David Schwimer, começa com um romance, com Annie (Liana Liberato), uma jovem de 13 anos, que se envolve pela internet com Charlie (Chris Henry Coffey), aparentemente um jovem como ela. Durante os meses em que se encontram pela net, Annie e Charlie mantem um relacionamento, com Charlie cultivando a confiança da menina.

Então, como em praticamente todas as relações pela rede, Annie e Charlie resolvem se conhecer, mas mesmo antes do encontro, Charlie revela que não tem a mesma idade de Annie, sendo um pouco mais velho, até então a menina leva numa boa. Porém no dia do encontro, Charlie revela – se um adulto, com segundas e terceiras intenções em Annie, que confusa, deixa – se levar pela situação, culminando em um encontro em um motel, em que Charlie vai se aproveitar sexualmente da garota.

A partir dessa situação, começa a segunda parte do filme, agora com um tom de suspense, aonde o FBI entra na jogada, quando uma amiga de Annie revela a diretora do colégio que a amiga foi abusada sexualmente. Entra em cena Doug Tate (Jason Clarke), o agente que investiga o caso, e Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener), os pais de Annie, que inicialmente ficam estarrecidos com o que aconteceu com sua filha.

Apesar da aparente cena de estupro de um maníaco pedófilo da internet, a trama mostra Annie como apaixonada (isso mesmo) por Charlie, mesmo depois de toda a situação, chegando a afastar a menina dos pais e vice – versa. Nesse momento, é quando o suspense é deixado de lado e entra o tom mais dramático da obra, que se permite em explorar esse desenrolar familiar em detrimento a investigação que ate poderia criar um interessante thriller e ainda aproveita o clichê do psiquiatra (Viola Davis) compreensivo que entra na historia para “curar” a menina.

Ao final, Confiar pode deixar uma impressão de uma realização um tanto panfletária, querendo alertar que o inimigo pode estar ao nosso lado ou do outro lado da tela, e que nossos filhos podem não ser tão inocentes assim ou até podem, mesmo achando que não são. Apesar de boas atuações, como a da menina Liana Liberato e de Clive Owen, é um filme que não se resolve, podendo parecer confuso e ainda se aproveita também dessa sensação de intranqüilidade que vivemos nos dias atuais. Nota 05.

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Arthur, O Milionário Irresistível é o remake de Arthur, O Milionário Sedutor de 1981 que tinha Dudley Moore no papel principal. Essa n...

157 - Arthur, O Milionário Irresistível (Arthur/Jason Winer/2011)


Arthur, O Milionário Irresistível é o remake de Arthur, O Milionário Sedutor de 1981 que tinha Dudley Moore no papel principal. Essa nova versão perde em charme, até por ser protagonizada por Russell Brand, do cool O Pior Trabalho do Mundo, um ator que não tem 1/3 do talento de Dudley, mas que com seu estilo mais físico de comedia consegue imprimir alguma simpatia ao personagem, que nessa obra aparenta ser mais um "crianção", com seus automóveis de super – heróis e infinidade de toys, do que o playboy alcoólatra da versão anterior, se bem que o novo Arthur também toma seus goros, mas a trama do alcoolismo fica em segundo plano.

A realização do diretor Jason Winer, da elogiada serie televisiva Modern Family, é um filme que se apóia nos mais diversos clichês de comedia e romance para contar a historia do milionário irresponsável que tem que se casar com um mulher imposta pela mãe para que não perca sua herança e que ao mesmo tempo se vê apaixonado por uma escritora amadora e guia não – autorizada da cidade de Nova Iorque.

A favor, a produção conta com bons coadjuvantes, como Hellen Mirren, no papel de babá de Arthur e Luiz Gusman como o motorista, que elevam um pouco a nota da produção. Gerta Gerwig, que faz o interesse romântico de Arthur também se mostra uma atriz bem simpática e que combinou perfeitamente com a proposta da sua personagem, de ser uma mulher despreocupada, meio cafona e simples; Jennifer Garner aparece bem apagadinha e com o personagem até diminuído, como a mulher gananciosa com que Arthur tem que casar para que não perca sua herança.

Arthur, O Milionário Irresistível é daqueles filmes para se assistir sem preocupação,  como mero passatempo e de repente até se divertir e que estranhamente foi suspenso da lista de filmes a serem lançados no cinema em 2011, porque potencial para grande público ele até tem. Nota 6,5.

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Nunca li nenhuma historia do Dylan Dog, cultuado quadrinho italiano da Bonelli Comics, mas como apreciador de uma boa HQ, fico imaginando co...

156 - Dylan Dog e as Criaturas da Noite (Dylan Dog:Dead of Night/Kevin Munroe/2010)

Nunca li nenhuma historia do Dylan Dog, cultuado quadrinho italiano da Bonelli Comics, mas como apreciador de uma boa HQ, fico imaginando como os fãs receberam esse filme do diretor Kevin Munroe, responsável pela animação mais recente das Tartarugas Ninja de 2007.

Para quem tem pouca afinidade com o personagem, como eu, Dylan Dog (Brandon Routh) é um detetive que investiga casos sobrenaturais e há algum tempo anterior a trama do filme funcionava como um mediador entre o mundo real e o sobrenatural, com direito a vampiros, lobisomens, demônios, zumbis e outras criaturas estranhas que forem surgindo. O filme narra os acontecimentos que envolvem um assassinato de um possível caçador de monstros que procurava por um artefato que pode dar o poder supremo a quem utiliza – lo.

Sou grande fã dos quadrinhos do Constantine da Vertigo Comics e achei o filme homônimo de 2005, apesar de guardar algumas semelhanças com a historia Vícios Malditos, um estupro ao personagem, com boa parte de sua mitologia modificada, ao ponto de suprimir todo o passado rock ´n roll do protagonista, transformando Constantine em um mero exorcista. Bom, mas voltando a Dylan Dog e as Criaturas da Noite, a semelhança com a película de Constantine, que já era ruim, me incomodou bastante, na verdade o personagem do filme, não confundir com o dos quadrinhos, parece um arremedo do Hellblazer, com estranhos momentos cômicos, inseridos com o personagem do zumbi parceiro de Dylan, Marcus (Sam Huntington). A historia achei um tanto confusa, parece que não flui, com cenas bem redundantes. A atuação de Brandon Routh também não ajuda, o seu Dylan é de uma inexpressividade grande. A falta de um vilão crível ajuda a tirar um pouco do interesse da obra, que se perde em algumas seqüências chatas de ação, que tem boa parte do CG bem mal feito, criando momentos bem artificiais.

Gostaria de ler uma outra resenha de uma fonte confiável desse Dylan Dog e as Criaturas da Noite, e tirar outras impressões, porque as minhas foram péssimas e olha que eu fui cheio de boa vontade. O filme tem data marcada para estrear no Brasil em 19 de agosto, mas se tiver algumas sessões testes, é bem provável que vá direto para DVD ou Blu Ray, talvez a melhor opção. Nota 04.

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